Rádio Voz FM Soledade

Rio Grande do Sul 19/01/2023 às 13:49h 419 leituras

ALEXANDRA DOUGOKENSKI É CONDENADA POR MORTE DO FILHO RAFAEL WINQUES

ALEXANDRA DOUGOKENSKI É CONDENADA POR MORTE DO FILHO RAFAEL WINQUES

ALEXANDRA DOUGOKENSKI É CONDENADA POR MORTE DO FILHO RAFAEL WINQUES
Alexandra Salete Dougokenski foi condenada a 30 anos e 2 meses de reclusão e 6 meses de detenção pela morte do filho, Rafael Winques. Após três dias de trabalhos, o Conselho de Sentença acolheu a tese da acusação, considerando a ré culpada pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.
O Tribunal do Júri foi presidido pela Juíza de Direito Marilene Parizotto Campagna e integrado por quatro juradas e três jurados.
Cabe recurso da decisão.
Penas
Homicídio qualificado: 28 anos de reclusão
Ocultação de cadáver: 1 ano e 2 meses de reclusão
Falsidade ideológica: 1 ano de reclusão
Fraude processual: 6 meses de detenção
Pena total: 30 anos e 2 meses de reclusão e 6 meses de detenção
A magistrada manteve a prisão preventiva da ré.
CASO
De acordo com a denúncia, Rafael foi morto entre a noite de 14/05/20 e a madrugada de 15/05/20. A mãe estaria inconformada com o fato de o menino estar desobedecendo as suas ordens, brincando no celular até tarde. Alexandra teria ministrado na criança duas doses de Diazepam e, com o menino ainda desacordado, o estrangulou com uma corda de varal. Transportou o corpo até o terreno vizinho, depositando-o dentro de uma caixa. O desaparecimento de Rafael gerou a comoção da comunidade, que auxiliou nas buscas. Nesse período, alguns suspeitos, como o próprio pai do menino e o namorado, dela foram investigados.
Até que, dez dias depois, Alexandra apontou aos policiais o local onde estaria o corpo. Inicialmente, ela disse que matou o menino sem querer. Depois, em novo interrogatório, assumiu o dolo.
Já a defesa dela sustentou que Rodrigo Winques, pai de Rafael, era o autor do crime. No seu interrogatório, hoje mais cedo, ela disse que o ex-companheiro e um comparsa foram até a casa dela, naquela madrugada, com o objetivo de levar o menino embora. Rafael teria se debatido e Rodrigo o segurou e amarrou com uma corda, asfixiando a criança. A mãe teria sido obrigada a acompanhar a dupla até o terreno ao lado da casa dela, onde o corpo foi colocado.
Alexandra também acusou o pai de Rafael de cometer violência doméstica e sexual contra ela, enquanto viviam juntos, e de ser um pai ausente.
JÚRI
O júri popular teve início na segunda-feira (16/01), no Foro da Comarca de Planalto. Em plenário, foram ouvidas 10 testemunhas e informantes, entre eles, familiares da ré, Delegados, professoras de Rafael e o pai dele, Rodrigo.
O interrogatório de Alexandra aconteceu na manhã de hoje e foi seguido pelos debates, que se estenderam até a noite. Por volta das 23h30min, a Juíza Marilene fez a leitura da sentença.
Pela defesa, atuaram os Advogados Jean Severo, Filipe Trelles e Mayara Juppa. Pela acusação, representaram o Ministério Público os Promotores de Justiça Diogo Taborda, Marcelo Tubino e Michele Dumke, além do Assistente de Acusação, Advogado Daniel Tonetto.ALEXANDRA DOUGOKENSKI É CONDENADA POR MORTE DO FILHO RAFAEL WINQUES
Alexandra Salete Dougokenski foi considerada culpada pela morte do filho, Rafael Mateus Winques. A decisão foi divulgada no fim da noite desta quarta-feira, após o terceiro dia de julgamento no Salão do Júri da Comarca de Planalto, no Norte do Rio Grande do Sul. A defesa informou que irá recorrer.
A juíza Marilene Parizotto Campagna leu a sentença já perto da meia-noite, confirmando a condenação a 30 anos e 2 meses de prisão, com regime inicial fechado. Dessa pena, 28 anos são por homicídio com 4 qualificadoras. Alexandra foi condenada também por ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.
A criança foi morta em maio de 2020. Rafael Mateus Winques tinha 11 anos. O crime chocou o estado logo nos primeiros meses da pandemia de Covid-19. Rafael foi considerado desaparecido e, durante as buscas, Alexandra chegou a dar uma entrevista pedindo ajuda para encontrar o filho. Dias depois, confessou o crime, indicando o local onde teria escondido o corpo.
Durante a fase da sustentação da acusação no júri do caso Rafael, os promotores de Justiça afastaram a versão indicada por ela de que o pai matou o filho, apontando que o homem não estava na cidade no período. Também apontaram as cinco versões que ela apresentou para o assassinato ao longo das investigações. O promotor de Justiça Diogo Gomes Taborda indicou que houve “premeditação” no caso, afirmando que Alexandra aproveitou que o namorado, Delair, não dormiria na casa naquela noite para cometer o crime.
Ele também relatou como o corpo do menino foi colocado na caixa. E falou sobre a versão dela de que o pai matou Rafael, apontando ser esta mais uma mentira “sádica” da ré. “Não tem cabimento. Rodrigo passou todo o tempo em Bento Gonçalves.” O promotor pediu a condenação de Alexandra por todos os crimes de que é acusada.
Após, o promotor de Justiça Marcelo Tubino Vieira destacou que a dose da medicação dada a Rafael causava sono, mas não o suficiente para matar. “Ela sufocou o menino em vida. Alexandra teve nas suas mãos o destino e o futuro de uma criança que deveria cuidar”, disse, pedindo aos jurados a condenação da ré pelos crimes. “A gente está aqui pelo Rafael. Estamos aqui para cumprir a lei”.
Houve a sustentação da defesa da ré, feita pelo advogado Jean Severo. Ele afirmou que Alexandra foi criticada por ser mãe rígida e organizada, criticada por manter a casa limpa e “que puxava pelos filhos”, destacando não haver motivação para ela cometer o crime. “Se encontraram motivação, condenem, mas não há”, afirmou. De acordo com ele, Alexandra foi constrangida pela polícia a assumir em interrogatório a responsabilidade pelo crime e que, conforme ela lhe relatou, quiseram forçá-la a dizer que quis matar o menino.
Ele pediu a absolvição de Alexandra, destacando não haver um histórico de agressões por parte dela contra o menino. Afirmou que absolvê-la seria fazer justiça com ela e com o garoto. O advogado pediu, aos jurados, imparcialidade: “Na dúvida, eu absolvo”. Ele ainda afirmou que a absolvição é uma oportunidade de Alexandra “reconstruir a vida do filho”, apontando para Anderson Dougokenski, irmão mais velho de Rafael, hoje com 19 anos.
Jean Severo também falou sobre Rodrigo, indicando conteúdos do celular dele e apontando crimes que o pai do menino teria cometido. “E aí, vou deixar ele solto, e ela presa?”, questionou. O advogado também mencionou a quantidade de celulares que o pai teria e afirmou que não houve a devida perícia nos aparelhos. “Uma absolvição dela vai forçar a Polícia a investigar o pai”, afirmou o defensor, destacando que Rodrigo estava em Planalto na época do crime.
Após pausa de 15 minutos, no início da noite, houve a réplica por parte da acusação e a tréplica realizada pela defesa.
Ao contrário do que disse em juízo, a ré, que é acusada de quatro crimes, homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual, afirmou que o ex-marido Rodrigo Winques esteve em sua residência na madrugada do crime. Alexandra foi a décima primeira pessoa a prestar depoimento sobre o caso e falou no terceiro dia do julgamento. Ela acusou o ex-marido da morte do filho e o chamou de assassino. “Naquela madrugada, sem que ninguém imaginasse, nossa vida ia ser destruída”, destacou.
Segundo a ré, os delegados teriam insistido para que ele desconstituísse os advogados de defesa. “Disseram que se eu não falasse o que estavam dizendo, seria autorizado por juiz para eu ser colocada num manicômio onde eu nunca mais ia ver meu filho e minha família, ia ficar abandonada para sempre até morrer”, afirmou. Ao falar do relacionamento de 11 anos com Rodrigo, Alexandra disse que viveu um casamento abusivo e relatou ocasiões em que foi agredida com socos pelo ex-companheiro.
Do Correio do Povo.
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